Dados referentes a 2023 indicam progressos das OS culturais em diversos aspectos
A Abraosc (Associação Brasileira das Organizações Sociais de Cultura) finalizou seu mais recente Censo. Em relação ao ano imediatamente anterior (2022), alguns números saltam aos olhos, como o crescimento na totalidade de trabalhadores CLT no quadro associativo (de 6.049 para 7.011), bem como a presença cada vez mais forte de mulheres em cargos diretivos (45% para 49%) e de portadores de deficiência (eram 159 e agora há 181) como funcionários. Os resultados foram celebrados internamente pela entidade.
“Embora o levantamento seja um retrato parcial do modelo na área da cultura, ele abrange dados de 19 Instituições associadas de quatro estados brasileiros. Os resultados evidenciam os benefícios que a parceria entre governos e sociedade civil organizada traz às políticas públicas de cultura e, em última instância, aos cidadãos. Os dados mostram impactos positivos do modelo, como a geração de mais de 7 mil empregos, o atendimento de 13 milhões de beneficiários e a realização de mais de 60 mil atividades anuais”, pontua Marcelo Lopes, presidente do Conselho de Administração da Abraosc.
Feito anualmente através de uma metodologia simples, direta e eficaz, o estudo invita as Organizações Sociais a preencher o questionário a partir de abril de cada ano, estimulando a análise de dados sobre recursos humanos, informações financeiras e atividades. Feito digitalmente, o preenchimento passa depois por conferências e validações antes de ser compilado e comparado com anos anteriores.
“O censo é estruturado em grandes blocos temáticos: Recursos Humanos, abordando o perfil dos colaboradores (quantidade, escolaridade, gênero e cargos); Sustentabilidade Financeira, com informações sobre receitas, recursos captados e tributos pagos; e Economia da Cultura, que pauta empregos gerados, atividades realizadas e público atendido. Durante a pandemia, por exemplo, foram incluídas perguntas específicas sobre ações para mitigar seus efeitos, além de um mapeamento de práticas de sustentabilidade ambiental”, conta Lopes.
Estando em sua quinta edição, as pesquisas qualitativas vêm demonstrando, desde 2019, progressiva evolução em matéria de inclusão, democratização racial, sustentabilidade financeira e valor captado/investido em iniciativas do segmento, atestando a grande virtuosidade que a Abraosc produz na gerência de atuações de seus associados.
“A ABRAOSC analisa minuciosamente esses números, transformando-os em orientação para diversas políticas ao longo do ano, como a advocacia perante instâncias governamentais e projetos de divulgação do modelo em eventos e seminários. Também criamos outros censos específicos, como o de Governança e o de Diversidade. Este último, cuja primeira edição será divulgada em 2025, aprofundará temas ainda não abordados no estudo geral, auxiliando ainda mais na promoção de direitos humanos. Já o de Governança, que será conduzido pelo Comitê de Ética da Abraosc, irá identificar e compreender melhor o grau de maturidade de nossos associados em relação aos pilares da gestão corporativa, da transparência e da integridade, servindo como ferramenta na implementação de melhores práticas administrativas e de compliance”, termina.