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CEJAM inova com implantação da telemedicina em unidades da zona sul de São Paulo

A tecnologia está cada vez mais presente no nosso dia a dia, seja para fazer compras online, pagar contas e até passar em consultas com um médico. Nos últimos anos, durante a pandemia de Covid-19, a chamada telemedicina ganhou mais espaço na saúde brasileira devido à praticidade e redução de riscos de contaminação. Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital, entre 2020 e 2021, mais de 7,5 milhões de consultas foram realizadas nessa modalidade.

Diante dessa possibilidade, o CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, iniciou a implantação da telemedicina nas unidades sob sua gestão localizadas nas regiões do Capão Redondo e Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo.

De acordo com Dr. Jonatas Nunes, médico supervisor da Atenção Primária na instituição, a tecnologia facilita o acesso do usuário ao profissional de saúde, fator fundamental para a democratização de uma assistência de qualidade – principalmente em regiões periféricas.

A iniciativa, que teve início em abril de 2023 com um projeto piloto na UBS Jardim São Bento, atualmente abrange 34 unidades que oferecem o serviço, incluindo UBSs e serviços de urgência e emergência.

Até o início de janeiro deste ano, mais de 81 mil atendimentos já foram realizados, e o serviço apresenta 97,88% de aprovação entre os usuários entrevistados.

É o caso da paciente Adriana de Paula, de 46 anos, que foi à UBS Jardim São Bento para receber prescrição de medicamentos e exames.

“Primeira vez que passo por esse modelo de atendimento, achei inovador, a médica atende muito bem, foi muito atenciosa, resolveu realmente os meus problemas de saúde! Achei interessante, quero repetir esse jeito de atendimento.”

Como funciona o atendimento?

Para casos de atendimento de clínica médica, é feita uma classificação de risco, antes da consulta, junto a um profissional de enfermagem para a aferição de temperatura, pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, o que auxilia na classificação de risco do usuário.

A partir disso, nos casos de baixa complexidade, ou seja, que não apresentam urgência, o paciente pode optar pelo teleatendimento na unidade com um médico generalista. “São casos de troca de documentos médicos, renovação de laudos e de exames, consultas de abordagem da saúde mental, e até mesmo algumas queixas pontuais”, esclarece Dr. Jonatas.

Já para as especialidades de telecardiologia, telepsiquiatria e teledermatologia, os agendamentos são feitos a partir da fila de espera da unidade, respeitando a preferência do paciente pela modalidade.

Benefícios

Para além dos benefícios como otimização do tempo e redução de espera no serviço, Dr. Jonatas destaca o aumento da oferta dos médicos dentro da unidade e a possibilidade de aproximar os profissionais da população. “A telemedicina pode conectar médicos especialistas de centros de pesquisa e de referência com a comunidade”.

Outro ponto enfatizado é o processo de orientar e preparar o usuário para, futuramente, utilizar o teleatendimento fora da unidade. “Essa é uma grande vantagem de iniciar o projeto, pois estamos democratizando o acesso médico para que aquelas pessoas que mais precisam possam vir a ter acesso à telemedicina sem sair de casa”.

Atendimento humanizado

Conforme destaca o supervisor, inicialmente, toda a inovação causa uma estranheza. No entanto, com a popularização das tecnologias, muitas pessoas estão acostumadas a se comunicar via aplicativo de mensagens e chamadas de vídeo.

Para ele, a humanização é inerente ao ser humano e deve ser preservada em qualquer tipo de atendimento, mantendo o respeito mútuo e a criação de um elo terapêutico mesmo através de uma tela.

“A telemedicina exige que o profissional que está atrás da tela tenha habilidades suficientes para exercer cuidado, carinho, atenção e escuta qualificada para que aquela consulta se torne humanizada.”

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