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Em cinco anos, núcleo da FMABC atende cerca de 500 casos suspeitos de dislexia

Ao todo, 35% dos casos avaliados foram diagnosticados com o transtorno

Entre 2019 e 2024, o Núcleo Especializado em Aprendizagem (NEA) do Centro Universitário FMABC, em Santo André, atendeu a 483 casos de pacientes com suspeita de dislexia, sendo que 171 deles foram diagnosticados com o transtorno, um total de 35%. O estudo é parte de uma série de ações do núcleo voltadas para a campanha mundial que tem outubro como o mês da conscientização sobre a dislexia.

Além dos pacientes diagnosticados com o transtorno, outros 50 foram considerados com potencial risco de dislexia, sendo encaminhados para uma reavaliação dentro do prazo de 12 meses. Nessas situações, o diagnóstico ainda não foi fechado por conta de os pacientes ainda não terem passado por dois anos de ensino formal e contínuo, ou por existirem suspeitas de outros transtornos e comorbidades que requerem tratamento para o diagnóstico diferencial.

Os casos analisados são de crianças que moram principalmente na região do Grande ABCD, mas que também chegam ao NEA por outros municípios de São Paulo e até mesmo de fora do País, com queixas de dificuldade de aprendizagem e alfabetização.

“Nossa região tem muita conscientização sobre o tema e proximidade com as escolas para fazer um trabalho conjunto. Além disso, nosso ambulatório na FMABC tem o padrão ouro no atendimento à dislexia, então, a procura é grande”, explica a coordenadora do NEA, Alessandra Bernardes Caturani.

A psicóloga, neuropsicóloga e psicopedagoga destaca ainda que para diagnosticar a dislexia com precisão é fundamental que sejam verificados outros possíveis transtornos do neurodesenvolvimento, como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno da Comunicação, entre outros.

“Acredito que profissionais da pediatria e da pedagogia precisam ser incentivados a buscar informações sobre os transtornos de desenvolvimento, para que possam reconhecer os sinais ainda no final da educação infantil. Assim, é possível fazer o acompanhamento da criança e evitar que ela fique frustrada com suas dificuldades. Isso traz tristeza, depressão e desengajamento social”, completa Alessandra.

Os diagnósticos são realizados numa abordagem interdisciplinar, que conta com uma média entre 14 e 16 consultas realizadas por médicos, psicólogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos, além da solicitação de exames oftalmológicos e de audiometria, relatórios escolares, médicos e dos profissionais da área multidisciplinar externos que acompanham os pacientes em terapias e aplicação de escalas de rastreio enviadas às escolas.

O QUE É DISLEXIA?

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5-TR), a dislexia é um transtorno do neurodesenvolvimento, de origem neurobiológica, caracterizada por problemas no reconhecimento preciso ou fluente de palavras, problemas de decodificação e dificuldades na ortografia. Isso resulta em déficit no componente fonológico da linguagem não esperado em relação à idade. Presume-se que o transtorno possa atingir até 15% da população mundial.

Durante os meses de outubro e novembro, a equipe do NEA-FMABC realizará ações sobre a dislexia com o tema “Diagnóstico não é rótulo, é direito e direcionamento”. Interessados podem obter mais informações no perfil @nea.inter.fmabc no Instagram.

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