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Pesquisa inédita sobre corrupção na Saúde é lançada pelo Instituto Ética Saúde

Objetivo é mapear riscos de corrupção na saúde, avaliar a percepção sobre
ilegalidades e identificar indicadores-chave de melhoria de performance em
compliance. Pesquisa será a primeira em nível setorial com tamanha profundidade e escopo tão robusto

O Instituto Ética Saúde, em parceria com o FGVethics e FGVsaúde, lançou o questionário da pesquisa “Indicadores da Percepção da Corrupção no Setor da Saúde”, no dia 15 de abril. O evento no Salão Nobre da FGV, em São Paulo, contou com a presença do Controlador Geral do Estado de São Paulo, Wagner do Rosário; do Controlador Geral do Estado de Minas Gerais, Rodrigo Fontenelle; pesquisadores, gestores públicos e representantes do setor privado. Também houve transmissão ao vivo pelas redes sociais.

​Os apoiadores da pesquisa “Indicadores da Percepção da Corrupção no Setor da Saúde” – ABIIS, ABIMED, ABRAIDI, AdvaMed, CBDL, IBROSS e INTERFARMA – também estiveram presentes.

“Estamos comemorando 10 anos de Instituto Ética Saúde, de muito trabalho contra más práticas e corrupção. Este é um momento extremamente importante para realização da pesquisa, porque é onde nós vamos embasar os próximos passos e como iremos direcionar os nossos projetos”, abriu o evento, a presidente do Conselho de Administração do IES, Candida Bollis.

​A pesquisa será a primeira, em nível setorial, com tamanha profundidade e com um escopo tão robusto. O objetivo é mapear riscos de corrupção na saúde, avaliar a percepção sobre ilegalidades e identificar indicadores-chave de melhoria de performance em compliance. “Esse projeto não tem, de modo algum, o objetivo de ranquear setores. Nós pretendemos trazer dados que sejam úteis às associações. Os resultados vão ajudar os respectivos programas de integridade”, explicou a professora do FGVethics, Lígia Maura.

O questionário está disponível no link https://pt.surveymonkey.com/r/YL6ZMP6 e pode ser respondido por médicos, enfermeiros, pacientes, usuários finais, planos de saúde, hospitais, OSSs, fabricantes, distribuidores, agentes do setor público e privado. “Em apenas oito minutos é possível finalizar”, complementou Lígia Maura.

​O diretor de Relações Institucionais do IES ressaltou a importância de todos os elos da cadeia de valor da saúde unidos para a construção de um setor mais sustentável e justo. “O Instituto tem fabricantes, importadores, distribuidores, operadoras, hospitais, laboratórios, associações representativas de pacientes. Representamos todo esse ecossistema e atmosfera de negócios. Estamos aproveitando este cenário para melhorar as relações econômico-financeiras. E a pesquisa é parte desse contexto. Incentivem seus associados a responderem a pesquisa”, clamou.

​O Controlador do Estado de São Paulo, Wagner do Rosário, falou dos desafios de combater a corrupção, principalmente na saúde, e explicou que a missão da Controladoria Geral de SP é justamente combater essa corrupção e apoiar a governança e gestão. Ele respondeu a pesquisa e elogiou. “O questionário que vocês elaboraram é muito interessante por trazer uma abordagem estratégica. A combinação de perguntas sobre percepção e vitimização foi uma escolha muito acertada. Ao analisarmos os resultados, veremos que há pouca vitimização direta, poucas pessoas relatando ter presenciado casos concretos, mas uma percepção elevada de corrupção. Esse contraste é extremamente relevante para a construção de políticas mais efetivas”.

​Rodrigo Fontenelle destacou os avanços do Brasil, com base em modelos internacionais, como os da OCDE, e na legislação nacional. “A Lei Anticorrupção trouxe uma nova realidade para o país, com pilares como responsabilização objetiva, acordos de leniência e, especialmente, a promoção de mecanismos de integridade. Em Minas Gerais, internalizamos esses conceitos com uma estrutura de programas de integridade semelhante à do governo federal. Isso nos permite avançar numa agenda mais preventiva”, explicou o Controlador da CGE-MG.

​Na mesa redonda ‘Ferramentas para aumentar-se a conscientização e prevenção da corrupção – o papel da Sociedade Civil’, a professora da FGVsaúde, Ana Maria Malik, defendeu que dialogar sobre transparência é falar de enfrentamento. “Sair da zona de conforto da ignorância e encarar dados, indicadores, contextos. É transformar a denúncia em diagnóstico e depois em política pública. É entender que, sim, há problemas — mas que temos capacidade de enfrentá-los”, completou.

​O integrante do Conselho de Administração do IES, Marcos Tadeu Machado, falou da experiência como empresário neste enfrentamento, ao implementar um programa de compliance na empresa dele de dispositivos médicos, há 10 anos. “Nossa intenção era criar estabilidade e garantir longevidade à companhia. E entendemos que, para alcançar esse objetivo, precisávamos desenvolver um processo robusto, baseado em ética, transparência e boas práticas. Pouco tempo depois começamos a ver os resultados”, se orgulhou ao relatar.

​O diretor executivo do Instituto, Filipe Venturini, concluiu que “a pesquisa — com indicadores concretos — somada à trajetória de 10 anos do Instituto, mostra que a ética está, sim, sendo implementada na prática. Que o mercado tem se transformado. Que empresas têm se unido, não por imposição, mas por convicção. Independentemente do governo ou do momento político, seguimos lutando por um país mais justo. Essa é a missão do IES”.

O coordenador de comunicação do Ibross, Helton Zuccon, expressou a satisfação que o Instituto teve em levar adiante essa importante iniciativa: “É uma honra para nós poder participar, promover e incentivar este encontro, fundamental para as Organizações Sociais. Somos vistos por muitos como um grande problema, então a gente tem que deixar claro, em oportunidades como estas, que os problemas existem, sim, mas instituições sérias também existem. O evento deixou isso claro e por isso dou os parabéns a todos os presentes, agradecendo a oportunidade. Obrigado”.

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